segunda-feira, 14 de novembro de 2011

dia feliz

No dia 1 de Fev de 2009 conheci a minha 1ª utente. Era um dia frio, e foi com um café na mão, meia hora de conversa que tive as primeiras noções realísticas das palavras prostituição e toxicodependência.

Hoje, dia 14 de Novembro de 2011 voltei a estar com a minha 1ª utente. Não sabia dela há algum tempo. Nas nossas últimas conversas ela estava no programa de metadona, lutava pelos filhos e tinha decidido deixar a prostituição porque se tinha apaixonado. Hoje, veio visitar-me. Mais cheinha e com um grande sorriso mostro-me a fotografia da sua bébé, nascida este ano, fruto da sua relação estável com o tal homem por quem se tinha apaixonado. Soube que deixara a metadona e o tabaco. A prostituição também há muito que deixara de ser opção. Agora com os olhos a brilhar falou-me dos seus planos e do futuro.

Há dias felizes. Este é um deles.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A maldade

O que fazer com a maldade alheia?
Considerá-la maldade é já por si controvérsio e subjectivo. Ela é subtil, mascarada, capaz de ser aplaudida no auge da sua acção e nunca ser descoberta.
Se formos atingidos por ela, como actuar? Identificamos? Comentamos? Tentatamos abatê-la? Convencemos os outros que ela "é" a maldade?
O sentimento de justiça própria é deverás latente numa pessoa atingida. É preciso:
Acalmar. Verificar as hipóteses e perceber os efeitos da maldade.
Confiar, confiar que o amor é maior do que "ela" e que só "ele" a pode destruir. Perceber que eu, nós, o individuo somos falíveis e sem imparcialidade para a julgar.
Calar. Saber não alimentar o mal que "ela" produz. Perceber quem foi afectado e cuidar das outras feridas sem pensar nas nossas.
Perdoar. Para que os seus efeitos não sejam eficientes, para que ela não ganhe, para que nós vivamos.
Esperar. Aguardar o dia em que "ela" seja exposta, não pela força mas porque "ela" já não têm força.


Pensamentos cruzados num mundo individualista e pós-modernista.