terça-feira, 1 de março de 2011

Nasci em 1985

A minha primeira memória televisiva está directamente relacionada com o mundo imaginário dos desenhos animados. Naquela altura era um must ver o Oliver e Benji correrem atrás daquela bola que no último segundo do jogo entrava na baliza.
Mas devo confessar que a abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 foi inesquecível! Aquele arqueiro que "acertou" na mega tocha olímpica foi memorável. Foi também nesse dia que conheci a palavra SIDA e ouvi falar num homem chamado Freddy Mercury.
Eram horas a ver TV. Crescemos com a Rua Sésamo antes de existir os canais privados. Naquela altura o Herman tinha piada e não perdíamos o Duarte e Cia. A TVI era Católica mas foi graças a ela que tinhamos as Marés Vivas à hora do telejornal.

Quem nasceu em 1985 teve o seu 1º computador provavelmente no 8º ou 9º ano e o seu 1º telemóvel na mesma altura. Fomos os primeiros a abrir contas no hotmail e a usar o mirc para o chat. Todos eramos viciados no jogo da serpente do tlm da Nokia (ainda a preto e branco).
Quando queríamos ir ao cinema combinávamos à porta da paragem e iamos directamente para as Amoreiras. Naquela altura todos tínhamos os telefones fixos dos nossos amigos gravados no nosso mega dossier de apontamentos. Assitimos à inauguração do Colombo e todos fomos à Expo'98.

A moda era frágil. Jimmy dolls e Levi's faziam furor. Não havia Bershka, Salsa, Desigual ou Primark's. Contavamos os trocos para o bolicau e coleccionávamos cromos de tudo.

A medida que evoluíamos, entendíamos que havia um mundo lá fora. Por isso, depois das aulas íamos todos à casa daquele colega que tinha TV Cabo para ver os videos da MTV, Viva e SOL música. Eram horas a ver TLC, Backstreet Boys, Spice Girl, Alanis Morissette, No Doubt, Kelly Family, Celine Dion, Guano Apes, Silence 4 e tantos outros. Todos tinhamos um walkman e alguns até discman!

A aulas eram de 45min. Não existia estudo acompanhado ou formação cívica. Faltávamos sempre que queríamos para ficar no páteo a conversar ou jogar à bola. Quando recebíamos uma falta disciplinar era o caos lá em casa!

Quando chegamos ao mundo universitário escolhemos o que queríamos. Todos nos tinham dito para seguir o coração e não o dinheiro. Fomos a última geração da licenciatura dos 4 anos e do pré-Bolonha.

Nasci em 1985 e fico feliz por isso.