Aí vou eu

Professores

Às vezes relembramos alguns momentos interessantes do nosso passado. A mim isso acontece-me quase sempre nos tranportes com musica nos ouvidos e olhos no jornal.
Ao ler a reacção dos alunos aos exames naconais de português lembrei-me de como fora a minha época de exames em 2003.
Uma memória leva a outra e, assim sucessivamente, fui recordando o meu percurso escolar.
Decidi deixar de lado os dias dificeis da não integração, da discriminação e mesmo da perseguição. Deixei de lado a ignorância de alguns dos meus colegas, funcionarios e professores.
Optei por pensar naqueles que me ensinaram com gozo e vocação, que ficaram à conversa nos intervalos e que apostaram nas minhas capacidades.
Aqui fica uma breve homenagem aos professores da minha vida:

• Professora Teresa (primária); recebeu-me de braços abertos quando eu não falava a mesma lingua que ela. Fez-me um teste e disse aos meus pais que eu não precisava de regredir um ano e poderia entrar directamente na 3ª classe. Graças a ela aprendi o português e com ele o estudo do meio e a paixão pela história de Portugal. Terminei a escola primária com optimas notas. Só hoje percebo o quanto ela fez por mim.
• Prof de Educação Visual (8º ano); Não me recordo do seu nome. Era uma professora de espirito afável e com verdadeiro talento. Gostava de ensinar e viu em mim capacidades que eu desconhecia. Apostou e envolveu-me em concursos de desenho. Acabei por ficar em 1º lugar num deles e assim ganhei uma bicicleta (um verdadeiro tesouro na altura).
• Prof de Educação Física, Luis Almeida (9º ano); Antes de ser meu professor já me conhecia dos campeonatos da escola e dos treinos de Volley. Quando finalmente foi meu professor no 9º ano apostou sempre nas minhas capacidades desportivas. Adorava quando ele me incentivava a nadar mais depressa, correr mais longe e pensar estrategicamente nos passes de bola. Acima de tudo o seu coração humano e educador acompanhou-me até o final do meu secundário quando ele me escolheu para ser a representante dos alunos na Assemb. Geral da Escola (pois nessa altura ele era o director).
• Prof de História, Sérgio Farinha (9º ano); Impossivel não se deixar envolver pela transmissão de saber que emanava deste professor. Se eu já gostava de História, apartir desse ano passou a ser a minha paixão. Pela 1ª vez tive a nota máxima nos 3 períodos!
• Prof de Português, Amélia Coelho (secundário); Exímia contadora de estórias e totalmente vocacionada para o ensino. Obrigou-me a olhar para dentro das obras de Luis de Camões, Almeida Garret, Fernando Pessoa, Eça de Queiroz e tantos outros. Um dia quando entregou-me a correcçao de um teste (tinha tido um 11) disse-me: "Não queres ir para a Faculdade? Então tens de esforçar-te mais porque tu és capaz."

Esses e outros mais, como a minha prof de História do secundário e os tantos que eu fui apanhando pelas ruelas da Faculdade.

A verdade é esta: Há que prestar honra aos que nos ensinam. Porque também é deles o prémio do nosso sucesso e muitas vezes é a eles que muitos devem a educação para além daquela obrigatória. A educação dos valores, dos principios e do saber viver.

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